segunda-feira, 16 de maio de 2011

À conversa com... João Gil

João Gil, jovem escritor e ex-aluno desta Escola

No dia dezasseis de Maio, a Escola Básica José Ferreira Pinto Basto teve o privilégio de receber João Gil, autor do livro Restas Quão Só P. e ex-aluno desta instituição, o que muito a honra.
Os alunos escolhidos para esta sessão foram os que integram as turmas B e C, dos oitavo e nono anos, respectivamente. Antes da mesma, foram lidos, em sala de aula, alguns poemas, efectuadas e seleccionadas algumas questões, consideradas pertinentes pelos discentes. Assim, em primeiro lugar, quiseram saber quantos anos tinha demorado, a ser feita, esta compilação, questão à qual o jovem poeta respondeu que tinha começado a reunir os poemas em dois mil e sete. Contudo, a sua aventura pelo mundo da escrita começou muito antes, quando frequentava o quinto ano. Aliás, foi nessa altura que escreveu o primeiro poema : “Roma”. As namoradas foram a sua grande inspiração, mas a mãe e a professora de Língua Portuguesa do terceiro ciclo também têm um lugar especial nesta motivação pelas letras. Depois, há outras pessoas: o pai, outros professores, amigos…
Como seria de prever, não foi fácil conseguir uma editora. Depois de inúmeras tentativas, chegou, via e-mail, a notícia de que a “Corpos Editora” queria editar o seu livro. Com efeito, esta empresa é conhecida pelo facto de “lançar novos talentos”, gostando de “arriscar”, segundo João Gil.
Não tendo um lugar predilecto para escrever, refere que pode fazê-lo em qualquer sítio e com qualquer material. Tudo serve, desde uma folha até ao talão do “Multibanco”, para rabiscar ideias e sensações. “O importante é absorver o que nos rodeia!”, acrescenta.
Talvez o seu poema preferido seja “Arrependimento”, pela maneira como se refugia nas palavras. Com certeza, o seu poeta de eleição é Fernando Pessoa, alguém que adora ler e que é mestre na arte de escrever “acerca da natureza”.
Desta ainda curta experiência de poeta, retira já algumas certezas: precisamos de ser persistentes, mesmo que, às vezes, tenhamos de “engolir sapos”; não devemos fazer tudo sozinhos, mas as escolhas necessitam de ser feitas. Os sacrifícios são necessários; “não podemos nunca deixar de tentar”, pois é “preciso absorver o Mundo”.
No futuro, poderá conciliar o seu curso superior (“ Ciências Farmacêuticas”) e a actividade de escritor. Agora, durante a época de exames é difícil escrever. “Quando não há exames, é tudo mais fácil; há mais calma.”. No futuro, “uma coisa não empatará a outra; será como desfragmentar um disco.”. Provavelmente, nunca usará um pseudónimo, pois não lhe agrada a ideia.
Embora escreva textos narrativos, o seu namoro é com a poesia. Interrogado acerca da temática da “morte”, tão recorrente nos seus escritos, refere que fala tanto acerca dela, como acerca do nascimento, pois esses momentos “são só nossos; são naturais”. Essencialmente, “gosto de ligar a minha poesia à natureza. Não falo muito, mas o meu pensamento é direccionado para ela; será um anarquismo verde!”.
E assim terminou esta “Conversa”, a primeira de muitas! Ficamos à espera, ansiosos e … cheios de orgulho nesta geração que não é rasca e que se desenrasca muito bem na difícil arte da escrita.


4 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pela mensagem. Nesta fase tão crítica da nossa sociedade, em que tudo é facilitismo para os nossos jovens, é com orgulho que ouço recados de persistência e de que na vida é preciso correr riscos.

Fátima Melo disse...

Parabéns João, parabéns Eduarda, parabéns escola.É muito bom saber que afinal a vida e as palavras se traduzem mutuamente, mas melhor ainda é confirmar que existem jovens que fazem bom uso tanto de uma( vida) como de outras (palavras).
Desejo-te o maior sucesso, João.

Joao Gil disse...

Quero agradecer o convite da escola, agora via online, e dar os paraabéns pela publicação no blog. Espero ter conseguido transmitir a mensagem. :)

Paula Agualuza_BE disse...

Estou convencida que as tuas palavras deixaram algum eco nas jovens cabecinhas. Nem que apenas um aluno tenha absorvido a tua mensagem, já valeu a pena! Parabéns e que o futuro te sorria...