sexta-feira, 23 de abril de 2010

Abril em Festa

 Dia Mundial do Livro


"À descoberta de Mário Castrim"

Actividade da Rede de Bibliotecas de Ílhavo, com o objectivo de homenagear o escritor Ilhavense Mário Castrim.

Mário Castrim (pseudónimo de Manuel Nunes da Fonseca) nasceu em Ílhavo, em 1920, e morreu em Lisboa, em Outubro de 2002.
Professor, escritor e jornalista, fez crítica de televisão diária, desde 1965, no Diário de Lisboa. Depois do encerramento deste jornal, em 1990, passou a assinar a crítica de televisão no semanário Tal & Qual.
Em 1963 criou, com Augusto da Costa Dias, o Diário de Lisboa – Juvenil, que sempre considerou a sua obra mais importante. Escreveu no jornal Avante! e, nos últimos dez anos da sua vida, trabalhou na revista Audácia, dos Missionários Combonianos. Dos textos dessa revista saíram três volumes para crianças, intitulados "O Lugar do Televisor".
Escreveu ainda livros infantis e juvenis: "Histórias com Juízo", "Estas são as Letras", "As Mil e Uma Noites", "A Moeda do Sol", a série "As aventuras da girafa Gira Gira", "O Cavalo do Lenço Amarelo é Perigoso", "A Caminho de Fátima", "O Caso da Rua Jaú" e "Váril, o Herói"; peças de teatro: "Com os Fantasmas não se Brinca" e "Contar e Cardar". É também autor das obras "Televisão e Censura", "Histórias da Televisão Portuguesa" e de dois livros de poesia: "Nome de Flor" e "Viagens".
Está representado em diversas antologias, nomeadamente, "Um Homem na Cidade", de 1968, que reuniu crónicas de dez jornalistas do Diário de Lisboa.

Todas as escolas do Concelho participaram e muito bem! Os mais pequenitos encantaram-se com as histórias da girafa Gira Gira e o resultado... vão poder apreciar, a seguir. Os meninos mais "velhotes" criaram, reescreveram, continuaram histórias do escritor, a várias mãos, dramatizaram e ilustraram contos, enfim... um festival de criatividade! Parabéns a todos os alunos do Concelho de Ílhavo, a todos os professores que tanto se empenharam nesta árdua, mas gratificante tarefa e à Biblioteca Municipal que, tão eficientemente, soube motivar e dar visibilidade aos trabalhos. Mário Castrim, definitivamente, ainda está entre nós. Onde quer que esteja, parabéns por alegrar os nossos pequenos artistas, com as suas histórias fantásticas...




A visita à Biblioteca

Apresentamos, a título de exemplo, duas histórias a várias mãos, a da EB José Ferreira Pinto Basto e a da EB1 da Senhora do Pranto. O começo da primeira é da "História do fundo do mar" de Mário Castrim; a segunda, baseou-se na história do mesmo autor "Gira Gira vai de férias". Muitas outras histórias da imaginação das diversas turmas e escolas identificadas. Com um tratamento de imagem e o recurso às ferramentas da Web, eis o trabalho conseguido:




E, ainda... Abril

Dia Mundial da Terra
Dia da Liberdade




Pequenos escritores...

25 de Abril


noticia jornal

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um castelo especial

Vejam só esta delícia! Os meninos do Jardim de Infância de Ílhavo são pequeninos mas já são grandes escritores. Criaram uma história, ilustraram-na brilhantemente e a Educadora Rosário imprimiu um livro na tipografia. Deliciem-se. Comentem. Eles merecem. Quem sabe, se algum destes meninos será escritor, um dia!


Aqui, até podem ler a história que eles inventaram e folhear o livro! Maravilha da tecnologia!


clicar no livro para ampliar

sexta-feira, 2 de abril de 2010

2 de Abril - Dia Internacional do Livro Infantil

Mensagem do 2 de Abril de 2010, Dia Internacional do Livro Infantil

Um livro espera-te. Procura-o


Era uma vez
um barquinho pequenino,
que não sabia,
não podia
navegar.

Passaram uma, duas, três,
quatro, cinco, seis semanas,
e aquele barquinho,
aquele barquinho
navegou.

Antes de se aprender a ler aprende-se a brincar. E a cantar. Eu e os meninos da minha terra entoávamos esta cantiga quando ainda não sabíamos ler. Juntávamo-nos na rua, fazendo uma roda e, ao despique com as vozes dos grilos no Verão, cantávamos uma e outra vez a impotência do barquinho que não sabia navegar.
Às vezes construíamos barquinhos de papel, íamos pô-los nos charcos e os barquinhos desfaziam-se sem conseguirem alcançar nenhuma costa.
Eu também era um barco pequeno fundeado nas ruas do meu bairro. Passava as tardes numa açoteia vendo o sol esconder-se à hora do poente, e pressentia na lonjura – não sabia ainda se nos longes do espaço, se nos longes do coração – um mundo maravilhoso que se estendia para lá do que a minha vista alcançava.
Por detrás de umas caixas, num armário da minha casa, também havia um livro pequenino que não podia navegar porque ninguém o lia. Quantas vezes passei por ele, sem me dar conta da sua existência! O barco de papel, encalhado na lama; o livro solitário, oculto na estante, atrás das caixas de cartão.

Um dia, a minha mão, à procura de alguma coisa, tocou na lombada do livro. Se eu fosse livro, contaria a coisa assim: «Certo dia, a mão de um menino roçou na minha capa e eu senti que as minhas velas se desdobravam e eu começava a navegar».
Que surpresa quando, por fim, os meus olhos tiveram na frente aquele objecto! Era um pequeno livro de capa vermelha e marca-de-água dourada. Abri-o expectante como quem encontra um cofre e ansioso por conhecer o seu conteúdo. E não era para menos. Mal comecei a ler, compreendi que a aventura estava servida: a valentia do protagonista, as personagens bondosas, as malvadas, as ilustrações com frases em pé-de-página que observava uma e outra vez, o perigo, as surpresas…, tudo isso me transportou a um mundo apaixonante e desconhecido.
Desse modo descobri que para lá da minha casa havia um rio, e que atrás do rio havia um mar e que no mar, à espera de partir, havia um barco. O primeiro em que embarquei chamava-se Hispaniola, mas teria sido igual se se chamasse Nautilus, Rocinante, a embarcação de Sindbad ou a jangada de Huckleberry. Todos eles, por mais tempo que passe, estarão sempre à espera de que os olhos de um menino desamarrem as suas velas e os façam zarpar.
É por isso que… não esperes mais, estende a tua mão, pega num livro, abre-o, lê: descobrirás, como na cantiga da minha infância, que não há barco, por pequeno que seja, que em pouco tempo não aprenda a navegar.


ELIACER CANSINO

Tradução: José António Gomes